Por Melissa Ramos de Morais, Nutróloga e Pediatra da Casa Curumim

Durante toda a gestação e nos primeiros 2 anos de vida da criança, ocorre um acelerado de desenvolvimento cerebral com a formação e maturação de todo o sistema nervoso.

Como a formação dos alicerces de uma casa, nesse período o cérebro está em plena atividade e usa mais energia que o de um adulto.

Por isso é de suma importância que todos, mas especialmente alguns nutrientes sejam garantidos para que todo esse desenvolvimento ocorra na sua plenitude.

Ferro, DHA, vitamina A, zinco, vitaminas do complexo B (entre elas o ácido fólico e a vitamina B12, se destacam), colina, cobre, taurina, vitamina D, iodo.

O leite materno contempla praticamente todas as necessidades desses nutrientes. É o alimento completo, vivo, único. Alguns como DHA e vitamina D, necessitam adequada ingesta da mãe para que estejam adequados no leite materno.

Na gestação as demandas de nutrientes aumentam pois necessitam suprir as necessidades da mãe e do feto em formação.

A alimentação adequada e variada garante a maioria dos nutrientes, porém alguns como ferro e DHA podem necessitar de suplementação.

O acompanhamento adequado durante o pré-natal garante essa adequação.

Nos primeiros seis meses de vida, a maturação cerebral está acontecendo, as conexões se formando e a criança desenvolvendo habilidades. E o leite materno supre, nesse momento delicado, todas as necessidades da criança. A avaliação individual de ferro, DHA na lactante e ferro no bebê deve ser feita para garantir que tudo dê certo.

Durante a introdução alimentar, o leite materno se mantém como principal alimento do bebê, enquanto este conhece novas texturas, sabores, aromas. E o leite materno tem sua influência ao apresentar um pouco dessa riqueza durante a amamentação.

Nesse momento porém, temos que avaliar com muito cuidado a transição do alimento padrão-ouro para a alimentação complementar, ajustando, quando necessário, nutrientes que parecem deficientes.

Por fim, ao longo da infância e adolescência esse amadurecimento e as conexões (chamadas sinapses) se moldam à vivência, estímulos e nutrição recebidos anteriormente.

Sabe-se que crianças em aleitamento materno demonstraram melhor QI em comparação às que não receberam.

As consequências de deficiências vão ser sentidas a longo prazo, algumas vezes somente na vida adulta.

Por isso a nutrição deve ser sempre uma preocupação e um cuidado aos bebês e durante toda infância e adolescência.

E o aleitamento materno é o primeiro passo para garantir essa conquista.